Membros de facções criminosas que atuam na Paraíba foram alvos de duas grandes operações deflagradas pela Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (5), em pelo menos oito cidades do estado. As ações, denominadas “Levitã” e “Libertas”, resultaram no cumprimento de mais de 60 ordens judiciais, entre mandados de prisão e busca e apreensão.
De acordo com a Polícia Civil, as operações ocorreram de forma simultânea porque um dos investigados era alvo comum das duas investigações. O homem é apontado como líder da facção Nova Okaida nas cidades de Cubati e São Vicente do Seridó, além de ser suspeito de comandar diversos homicídios na região do Curimataú paraibano.
Operação Levitã
A operação Levitã teve como objetivo desarticular núcleos da facção Nova Okaida e cumprir 30 mandados de prisão preventiva e 31 de busca e apreensão na Paraíba, além de mandados nos estados do Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.
Segundo a Polícia Civil, 12 dos investigados já estavam presos, mas continuavam atuando no comando da facção a partir do sistema penitenciário, utilizando aparelhos celulares para manter contato com comparsas e ordenar crimes.
Entre os principais alvos estão:
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Um dos presidentes da Nova Okaida, que já estava detido, mas continuará respondendo por novos crimes;
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Um conselheiro da facção, foragido, apontado como líder na zona leste de Campina Grande;
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Diversos “linhas de frente” que comandavam atividades criminosas em cidades do Curimataú e em comunidades de Campina Grande.
Durante a investigação, a polícia identificou a atuação de fornecedores de armas no Rio Grande do Norte, responsáveis por vender armamentos para os membros da Nova Okaida na Paraíba. Entre o material apreendido em fases anteriores está uma submetralhadora calibre 9mm, fabricada em impressora 3D, encontrada em março deste ano em Nova Floresta, durante uma ação conjunta das Polícias Civil e Militar.
Operação Libertas
Já a operação Libertas teve como foco a prisão de integrantes da facção envolvidos em um homicídio ocorrido em 21 de abril, na Paraíba. Segundo as investigações, a vítima era membro do próprio grupo e foi executada por ordem da facção, em um episódio de retaliação interna.
Os investigados são apontados como integrantes de uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas, assaltos e homicídios.
Um dos alvos chamou atenção dos investigadores: um ex-guarda municipal, que havia perdido o cargo em 2022 após ser condenado por assalto a banco, mas foi recontratado em 2025 pelo município, sob a justificativa de “excepcional interesse público”. Ele chegou a receber mais de R$ 10 mil em remuneração, segundo apuração da Polícia Civil.
As duas operações contaram com o apoio de diversas unidades da Polícia Civil e Militar da Paraíba, além de forças de segurança de outros estados. As autoridades afirmam que as ações representam um duro golpe contra a estrutura da Nova Okaida e demonstram o comprometimento no combate ao crime organizado na região.
“O objetivo é desarticular as lideranças que insistem em comandar o crime de dentro e fora dos presídios. A mensagem é clara: não há espaço para a impunidade”, afirmou um dos delegados responsáveis pelas operações.

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