A Polícia Federal (PF) executou nesta segunda-feira (4) uma ordem judicial contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES) assim que ele desembarcou no Brasil após viagem aos Estados Unidos. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a aplicação de uma tornozeleira eletrônica no parlamentar.
A medida foi adotada em razão do descumprimento de determinações anteriores impostas ao senador, que deixou o país mesmo tendo seus passaportes apreendidos pela PF. A decisão de Moraes busca reforçar o controle sobre do Val, que utilizou o passaporte diplomático para sair do Brasil por Manaus (AM), embora esse documento estivesse, teoricamente, retido por decisão judicial.
A equipe da Polícia Federal aguardava o senador no aeroporto de Brasília, onde realizou a operação assim que ele chegou. Até a publicação da reportagem, as diligências continuavam em andamento.
Em um vídeo gravado nos Estados Unidos, divulgado no fim de julho, Marcos do Val tentou justificar sua presença no exterior: “Não estou aqui fugindo, estou curtindo e dando atenção à minha filha no parque Universal Orlando. Alexandre de Moraes recebeu com 15 dias de antecedência informações de onde eu estaria, qual era o meu voo, o hotel que eu estou e até os ingressos que eu comprei”, afirmou.
As restrições impostas pelo STF não são recentes. Em agosto de 2023, Alexandre de Moraes determinou a apreensão de todos os passaportes de do Val, inclusive o diplomático, além do bloqueio de R$ 50 milhões em suas contas. A PF chegou a cumprir mandados em endereços ligados ao senador, em Vitória (ES), com o objetivo de localizar o documento. No entanto, o passaporte diplomático não foi encontrado na ocasião, pois estaria no gabinete parlamentar em Brasília.
Marcos do Val é investigado por suposta tentativa de anular o resultado das eleições presidenciais de 2022. Ele também é alvo de outro inquérito, que apura ofensas e ataques a investigadores da Polícia Federal.
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